Os portadores de uma variante específica de um gene que os torna mais propensos a desenvolver esquizofrenia apresentam, em simultâneo, uma maior protecção contra alguns tipos de cancro, avança um estudo do Feinstein Institute for Medical Research, dos EUA, publicado no “American Journal of Psychiatry”.
Os cientistas avaliaram 21 polimorfismos de nucleotídico simples, ou seja variações que ocorrem na sequência do DNA, no gene MET em 173 doentes com esquizofrenia e 137 pessoas saudáveis. Da análise genética, os investigadores verificaram que as diversas variantes do gene MET, que estão activadas em diversos tipos de tumores, influenciam o risco de esquizofrenia assim como a capacidade cognitiva em geral.
Contudo, os cientistas não conseguiram ainda perceber por que razão o gene aumenta o risco de esquizofrenia enquanto reduz a propensão para desenvolver alguns tipos de cancro, mas apoiam-se em estudos que já tinham relacionado o autismo com estes genes.
“Apesar do aumento da exposição aos factores de risco para o cancro, vários estudos têm demonstrado uma menor incidência de cancro em pacientes com esquizofrenia em comparação com a população em geral”, ressaltaram os autores na revista científica. “Menores taxas de cancro em parentes de primeiro grau de pacientes com esquizofrenia sugerem que a relação inversa entre cancro e esquizofrenia pode estar relacionada com factores genéticos”, acrescentaram.