quarta-feira, 31 de março de 2010

Gene da esquizofrenia pode reduzir o risco de cancro


Os portadores de uma variante específica de um gene que os torna mais propensos a desenvolver esquizofrenia apresentam, em simultâneo, uma maior protecção contra alguns tipos de cancro, avança um estudo do Feinstein Institute for Medical Research, dos EUA, publicado no “American Journal of Psychiatry”.

Os cientistas avaliaram 21 polimorfismos de nucleotídico simples, ou seja variações que ocorrem na sequência do DNA, no gene MET em 173 doentes com esquizofrenia e 137 pessoas saudáveis. Da análise genética, os investigadores verificaram que as diversas variantes do gene MET, que estão activadas em diversos tipos de tumores, influenciam o risco de esquizofrenia assim como a capacidade cognitiva em geral.

Contudo, os cientistas não conseguiram ainda perceber por que razão o gene aumenta o risco de esquizofrenia enquanto reduz a propensão para desenvolver alguns tipos de cancro, mas apoiam-se em estudos que já tinham relacionado o autismo com estes genes.

“Apesar do aumento da exposição aos factores de risco para o cancro, vários estudos têm demonstrado uma menor incidência de cancro em pacientes com esquizofrenia em comparação com a população em geral”, ressaltaram os autores na revista científica. “Menores taxas de cancro em parentes de primeiro grau de pacientes com esquizofrenia sugerem que a relação inversa entre cancro e esquizofrenia pode estar relacionada com factores genéticos”, acrescentaram.


Fonte: http://portal.alert-online.com/noticias_de_saude/?key=680B3D50093A6A002E42140A321A2A5C0B683E0A760751796F5A73

sexta-feira, 26 de março de 2010

90 por cento dos suícidios escondem doenças mentais


As doenças mentais, sobretudo a depressão e a esquizofrenia, o consumo de álcool ou cocaína, tentativa de suicídio prévia, ter mais de 60 anos, estar isolado socialmente ou ter uma vida com stress são alguns factores de risco para alguém terminar com a própria vida.


“Mais de 90 por cento das pessoas que o cometem sofrem de uma doença mental, mas também a maioria das pessoas que tenta o suicídio padece deste tipo de distúrbios”, explicou ao El Mundo Enrique Baca, chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital da Fundação Jiménez Díaz em Madrid e professor do departamento de Psiquiatria da Universidade de Columbia em Nova Iorque.


Esta é a principal causa de morte não-natural em Portugal, como noticiado no início da semana, e um dos objectivos prioritários da política sanitária na União Europeia.


Segundo o Instituto Nacional de Estatística, registaram-se 1035 suicídios em 2008. Nos anos 90 notou-se um decréscimo do número de suicídios (519 em 2000 – o valor mais baixo registado desde 1960) mas hoje são o dobro.


Os homens suicidam-se mais do que as mulheres, e preferem métodos mais violentos do que elas, como o enforcamento ou armas de fogo contra intoxicação medicamentosa.


segunda-feira, 15 de março de 2010

O nosso vídeo

Aqui está um vídeo feito por nós acerca da esquizofrenia, os seus sintomas e causas e algumas formas de agir em sociedade com estes doentes!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Anemia na grávida aumenta risco de esquizofrenia no filho


Os filhos de mulheres que têm anemia não tratada durante a gravidez, sobretudo por deficiência de ferro, apresentam um aumento significativo do risco de desenvolvimento de esquizofrenia, revela um estudo do Hospital Universitário de Copenhaga, na Dinamarca, publicado na revista “Schizophrenia Bulletin”.

Estudos prévios já tinham sugerido uma ligação entre uma insatisfação das necessidades de ferro do cérebro em desenvolvimento e uma maior susceptibilidade fetal em relação a perturbações mentais, tais como a esquizofrenia. Para investigar esta suposta relação, a equipa liderada por Holger Srensen examinou a evolução psiquiátrica de um grande grupo de crianças nascidas na Dinamarca entre 1978 e 1998, na maior amostra jamais reunida sobre este tema. O estudo decorreu até 31 de Dezembro de 2008.
As crianças foram acompanhadas desde os 10 anos até ao aparecimento da doença. Entre os 1.115.752 bebés, 17.940 (1,6%) estiveram expostos a anemia materna no útero e 3.422 (incluindo 41 do grupo exposto) desenvolveram esquizofrenia.

Depois de analisarem outros factores, tais como a idade dos pais e os antecedentes familiares da doença, a exposição à anemia materna foi associada a uma probabilidade 60% superior de desenvolvimento de esquizofrenia na criança.

Apesar de a relação entre a anemia da mãe e a esquizofrenia do filho não ser definitiva, os cientistas advertem que a prevenção e o tratamento desta condição na grávida são importantíssimos e alertam os especialistas para que despistem esta situação na mulher.



quarta-feira, 3 de março de 2010

Esquizofrenia refratária (ou resistente): Quando o remédio não resolve, o que fazer?


Apesar do inegável avanço do arsenal farmacológico para o tratamento da esquizofrenia, com medicamentos cada vez mais eficazes e melhor tolerados, estimativas indicam que um a dois pacientes em cada dez que se tratam não melhoram com a medicação. Este percentual pode aumentar se considerarmos aqueles que respondem parcialmente ao medicamento, mantendo, ainda assim, um nível significativo de sintomas que impactam sobremaneira a sua qualidade de vida.
A falta de resposta aos medicamentos pode estar associada a outros fatores, como a não adesão ao tratamento, com tomadas irregulares da medicação e interrupções frequentes, dosagens insuficientes ou excessivas, gerando baixa eficácia ou muitos efeitos colaterais, abuso de drogas e álcool, estresse crônico em decorrência de fatores sociais e familiares e gravidade da própria doença.
A esquizofrenia refratária (ou resistente) pode ser identificada quando, apesar do tratamento adequado, o paciente mantém sintomas agudos da doença, como delírios e alucinações, alterações graves do comportamento, desorganização mental marcante e isolamento social e emocional progressivos. A sensação que familiares têm nessa hora é que o tratamento não está funcionando ou mesmo que está trazendo mais malefícios do que benefícios em decorrência dos efeitos colaterais. A sensação de sobrecarga nestes casos aumenta muito, pois a família perde a esperança por não ver uma luz no fim do túnel.
A medicação indicada para os casos resistentes é a clozapina, fabricado pelo laboratório suiço Novartis. Os benefícios da clozapina são evidentes na maior parte dos casos refratários e não se justifica que ela seja relegada em função de um risco baixo. Muitos pacientes, que antes não tinham alívio para seus sintomas e que, em função disso, não conseguiam levar uma vida estável e produtiva, encontraram na medicação uma nova esperança em sua caminhada.

Fumar pode piorar esquizofrenia


Pacientes com esquizofrenia têm pior prognóstico se forem fumadores, segundo um estudo recentemente publicado na revista científica Comprehensive Psychiatry. De acordo com os autores, fumadores regulares têm piores resultados em termos de escalas de depressão e transtorno bipolar, comparados com os não fumadores, e também são mais propensos a ficarem mais tempo internados num hospital.
Avaliando 240 pacientes psiquiátricos na Austrália, os investigadores confirmaram que as pessoas com esquizofrenia têm taxas muito maiores de tabagismo do que a população geral - 51% contra 23%, respectivamente -, e o hábito de fumar estava associado à pior qualidade de vida geral entre esses pacientes. «Os resultados são mais uma razão para encorajar a cessação do tabagismo entre as pessoas com doenças mentais», escreveram os autores.
Os especialistas destacam que há muitos possíveis mecanismos pelos quais o tabagismo poderia ter efeitos adversos nos resultados da esquizofrenia. Através de acções sobre os receptores de nicotina, o tabagismo poderia agravar o ciclo bipolar, causando mais sintomas episódicos e aumentando a frequência das mudanças de humor.
Além disso, o hábito de fumar pode interferir na eficácia e metabolismo dos medicamentos psicotrópicos.

Porém, segundo os autores, é mais provável que a relação entre transtorno bipolar e o tabaco seja uma interacção de mão dupla, com os pacientes a fumar para compensar alguns dos efeitos da doença.
«Há evidências suficientes para sugerir que o tabagismo deveria ser de preocupação de médicos que tratam de pacientes com esquizofrenia», concluíram os autores, acrescentando que os pacientes podem ser motivados a largar o vício se forem informados sobre os riscos extras que o cigarro representa para o seu problema de saúde.


segunda-feira, 1 de março de 2010

Pacientes esquizofrénicos podem ter menor satisfação sexual


De acordo com levantamento publicado no periódico The European Journal of Psychiatry, pacientes esquizofrénicos, quando comparados com indivíduos saudáveis, são mais suscetíveis a emoções negativas, apresentam maior incompetência sexual e consideravelmente menos satisfação sexual. O trabalho é da autoria de Marija Vucic Peitl, psiquiatra clínica do Centro Hospitalar Clínico de Rijeka, na Croácia, e colegas, e foi disponibilizado na edição de 2009.
Segundo os autores, para colheita de dados, foi feita pesquisa com 200 pacientes esquizofrênicos na fase estável da doença, tratados na clínica psiquiátrica do KBC Rijeka, em um período de dois anos. Os pesquisadores explicam que 100 dos pacientes tiveram um episódio de esquizofrenia aguda, e outros 100 eram pacientes com a forma crônica do quadro. A pesquisa consistiu em questionários referentes à percepção dos estudados sobre sua sexualidade e outros quesitos, sendo que o conteúdo foi informado previamente aos pacientes, que puderam optar por participar ou não do estudo.
Entre os resultados do levantamento, Marija e colegas revelam que indivíduos esquizofrênicos atingiram escores consideravelmente maiores no quesito das emoções negativas e na incompetência sexual, quando comparados com os pacientes saudáveis, assim como níveis menores de satisfação sexual. No entanto, não foram encontradas diferenças significativas entre os portadores da esquizofrenia crónica e os que sofreram com a forma aguda do problema.
Apesar disso, os especialistas relatam que "no nível consciente da organização da libido, em pacientes esquizofrênicos, a consciência da própria sexualidade é preservada, assim como o ímpeto para a atividade e aventuras sexuais". No entanto, segundo eles, o desempenho e a satisfação podem ser prejudicados por elementos como a baixa auto-estima e por problemas no relacionamento.