domingo, 28 de fevereiro de 2010

Esquizofrénicos em risco de morte devido a antipsicóticos


Embora os antipsicóticos sejam utilizados para tratar a maioria dos casos de esquizofrenia, foi observada “uma surpreendente falta de investigação sobre o impacto destes medicamentos na esperança de vida”, escreve o site Tribuna Médica Press. Uma meta-análise, realizada pelos investigadores alemães Stefan Weinmann e Volkmar Aderhold, e publicada na revista Psychosis: Psychological, Social and Integrative Approaches, permitiu concluir que “os efeitos secundários que, a curto prazo, afectam o coração, e os efeitos adversos que, a longo prazo, alteram o metabolismo, exercem uma influência negativa na mortalidade em pessoas diagnosticadas com esquizofrenia”, explicam os autores.
“Três dos quatro trabalhos analisados, dedicados ao estudo da relação entre a dosagem de antipsicóticos e o índice de mortalidade, demonstraram uma associação significativa referente a dois ou mais medicamentos desta classe. Duas de quatro investigações detectaram efeitos adversos que afectavam a esperança de vida”, acrescentam os cientistas.
Os especialistas concluíram ainda que esta classe de medicamentos “acelera a redução da massa cinzenta no córtex órbito-frontal, que pode estar ainda dependente da concentração das doses. Também o tipo de antipsicótico e a duração do tratamento influenciam o índice de redução da massa cinzenta”, explicam.
Com base nestas evidências, Stefan Weinmann e Volkmar Aderhold deixam uma recomendação: “Os antipsicóticos devem ser usados de forma selectiva, por períodos mais curtos e em doses reduzidas. A terapêutica deverá ser acompanhada por intervenções psicossociais, cuja eficácia há muito que já foi provada”.

Fontes: http://www.rcmpharma.com/news/6923/51/Esquizofrenicos-em-risco-de-morte-devido-a-antipsicoticos.html

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Centro cerebral da esquizofrenia localizado pela primeira vez


Uma equipa de investigadores, da Unidade de Psicose e Investigação de Benito Menni CASM – integrada na rede de Centros de Investigación Biomédica en Salud Mental (CIBERSAM), em Espanha –, identificou, pela primeira vez, alterações estruturais e funcionais no córtex cerebral frontal que podem estar na origem da esquizofrenia, segundo avançou o diário espanhol «El Mundo». O estudo foi publicado na «Molecular Psychiatry».

A investigação foi levada a cabo por Edith Pomarol-Clotet, que já tem uma larga experiência na área e comparou o cérebro de 32 pacientes que sofrem de esquizofrenia com o de outras tantas pessoas saudáveis, usando técnicas de ressonância diferentes: uma, mede o volume de massa cinzenta do cérebro; a segunda, analisa as ligações da substância branca e, a última, regista padrões de actividade em várias zonas do cérebro enquanto os voluntários realizam testes cognitivos.

As três técnicas identificaram anomalias na mesma parte do cérebro (córtex frontal médio) nos esquizofrénicos. A zona está integrada na chamada Default Mode Network (uma rede neural por defeito), que desempenha um importante papel no desenvolvimento de pensamentos quando não estamos ocupados com nenhuma tarefa concreta.



Origem da doença próxima da descoberta


O córtex frontal médio já tinha sido relacionado com psicopatologias ligadas à esquizofrenia em estudos anteriores, mas é a primeira vez que três técnicas apontam para a mesma zona cerebral como sendo origem desta doença mental.Peter McKenna, investigador principal do CIBERSAM e um dos autores do artigo, explicou em entrevista ao jornal espanhol que “os resultados são muito importantes” e agora os especialistas podem “centrar esforços nesta área de investigação” e estarem “muito próximos de encontrarem as causas da patologia”.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Óleo de peixe pode prevenir esquizofrenia


Uma nova pesquisa aponta que uma cápsula diária de suplemento de óleo de peixe pode evitar o desenvolvimento de doenças mentais em pacientes com alta predisposição a distúrbios psicóticos. De acordo com um estudo publicado nesta terça-feira no jornal especializado Archives of General Psychiatry, um tratamento de três meses com suplementos de óleo de peixe se provou tão eficaz como as drogas tradicionais, reduzindo em até 25% os índices de esquizofrenia.



Para a pesquisa, uma equipa de cientistas austríacos, suíços e australianos testou o tratamento em 81 pessoas que apresentavam alta predisposição a doenças psicóticas devido a históricos familiares de esquizofrenia ou distúrbios semelhantes. Durante 12 semanas, metade dos voluntários tomou suplementos de óleo de peixe, enquanto ao outro grupo foram administradas cápsulas de placebo.
Após um ano de acompanhamento, os cientistas detectaram que apenas dois pacientes do grupo do óleo de peixe desenvolveram distúrbios psicóticos, comparado com onze no grupo do placebo. Baseados nos resultados, os pesquisadores estimaram que um em cada quatro pacientes de alto risco pode ser protegido com a ajuda do óleo.
Segundo os coordenadores da pesquisa, é o ómega 3 presente no suplemento que altera sinais específicos no cérebro, proporcionando efeitos benéficos. A solução "natural" é bem-vinda, dizem os especialistas. "Descobrir um tratamento com um substância natural que previne, ou pelo menos retarda, o desenvolvimento de doenças psicóticas nos dá esperanças de que existam alternativas para as drogas tradicionais", afirma o estudo.

As drogas usadas tradicionalmente no combate a doenças psicóticas são tidas como eficazes, mas apresentam sérios efeitos colaterais, como a apatia. Os suplementos de oléo de peixe, por outro lado, geralmente são facilmente tolerados pelo organismo, afirmam os cientistas.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Testemunhos de doentes esquizofrenicos


Aqui estão alguns exemplos da ignorância da nossa sociedade em relação aos doentes esquizofrenicos. São apenas três casos de discriminação, tema que pretendemos abulir com o nosso projecto.

Não ignores, ajuda!


"Numa noite uns polícias fizeram-me sinal de paragem numa operação stop. Estava escuro, as luzes piscavam, eu estava apavorada e a tremer. Quando o polícia se aproximou do meu carro, eu estava com tanto medo que não conseguia falar! Ele acusou-me de não cooperar com a polícia. Eu disse que tinha esquizofrenia, ao que ele respondeu: ‘O que é que uma coisa tem a ver com outra?”

Elizabeth Anderson, professora, vocalista, diagnosticada com esquizofrenia há 3 anos


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"Eu estava grávida quando me foi diagnosticada esquizofrenia. Os pais dos meus amigos perguntaram-me: 'Quando é que vai abortar?' "

Michelle Miserelli, diagnosticada com esquizofrenia em 1988, oradora da Sociedade de Esquizofrenia do Canadá


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“Após o almoço, fui ao café, infelizmente tive uma crise. Não me lembro bem do que aconteceu…mas também não preciso, pois depois disso voltei uma vez a esse mesmo café e foram muitos aqueles que imitaram tudo o que aconteceu naquela tarde.”

Daniel Faria, 23 anos, estudante, diagnosticado esquizofrenia desde os 16 anos