segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Mitos e verdades sobre a esquizofrenia



1. Nínguem se cura da esquizofrenia - a gravidade da doença varia de leve a grave. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a possibilidade de recuperação;

2. Portadores de esquizofrenia são violentos e perigosos - pessoas com esquizofrenia podem ter momentos de agressividade, quando em crise, mas em condições normais não são violentas.

3. Esquizofrenia é uma doença contagiosa - ela não é contagiosa embora a sua causa não esteja esclarecida, mas está relacionada com o funcionamento do cérebro.

4. A esquizofrenia é causada pelo tipo de criação recebida pelos pais - apesar da criação ser importante para todos, a esquizofrenia não está relacionada com isso.

5. Portadores de esquizofrenia não podem trabalhar - o trabalho ajuda no tratamento. Quando a doença afectar muito uma pessoa, trabalhos em ambientes protegidos, que respeitem as dificuldades da pessoa, podem ser os mais indicados. A inactividade deixará a pessoa ainda mais isolada.

Terapia com cães pode ajudar esquizofrenicos


Uma vez que a causa da esquizofrenia ainda é desconhecida, os tratamentos actuais focalizam na eliminação dos sintomas da doença e incluem medicamentos antipsicóticos, tratamento psisossocial e complemento com outras formas de terapia. De acordo com um estudo do instituto Technion de tecnologia, de israel, a presença de cães em sessões de terapia pode ajudar no tratamento de esquizofrenia. Numa experiência, os pesquisadores compararam 10 pacientes de esquizofrenia que foram submetidos a sessões de terapia com cães com outros 10 pacientes que foram a sessões convencionais, sem os animais. Ao longo de 10 semanas, analisaram os sintomas clínicos dos pacientes, as suas visões subjectivas da qualidade de vida e as suas capacidades de tirar prazer de determinadas experiências, e observaram que o grupo que participou nas sessões com cães tiveram uma melhoria significativa. Diante dos factos, deparamo-nos com mais um benefício gerado pelo convívio com o "melhor amigo do homem".

Baixos níveis de ómega-3 relacionados com maior risco de esquizofrenia


Deficiências alimentares em ácidos gordos ómega-3 podem ser um factor de risco para o aparecimento de doenças mentais, revela um estudo publicado no Behavioral Neuroscience e citado pelo site Saúde na Internet.O estudo realizado em ratinhos por cientistas do National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, nos EUA, refere que a falta de ácidos ómega-3 - ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) - na dieta alimentar pode estar associada aos problemas no processamento de informação verificados em pessoas com afecções do sistema nervoso, incluindo esquizofrenia, doença bipolar, distúrbio obsessivo-compulsivo, distúrbios de atenção e hiperactividade.No estudo, liderado por Norman Salem, foi avaliada a função do sistema nervoso na prole de quatro grupos de cobaias grávidas que tinham sido alimentadas com diferentes dietas, com e sem ómega-3, ou com diversos tipos e quantidades de ómega-3.Para avaliar a função do sistema nervoso dos filhotes, os cientistas expuseram-nos a estímulos auditivos. Apenas os ratinhos alimentados com níveis adequados de DHA e EPA mostraram reacções normais, respondendo de forma significativamente mais calma aos ruídos estridentes, precedidos de sons suaves. Todos os animais dos outros grupos ficaram assustados com os sons.Em comunicado de imprensa, a autora do estudo reforça a mensagem de que nem todas as gorduras são más para a saúde e que devemos aumentar a ingestão de alimentos ricos em ómega-3. Mas este estudo também poderá ter implicações terapêuticas, dado que, por exemplo, ao saber-se que as pessoas com esquizofrenia têm níveis mais baixos de ácidos gordos essenciais, possivelmente decorrente de uma mutação genética que resulta na má metabolização destes nutrientes, poderá ser desenvolvido um fármaco que colmate este problema.


Fontes:


domingo, 27 de dezembro de 2009

Estudo liga stresse na gravidez a risco de esquizofrenia



Estado mental da mãe tem influência na formação do feto Mulheres que sofrem de stresse durante os três primeiros meses de gravidez têm mais chances de ter filhos que venham a desenvolver esquizofrenia na idade adulta, sugere um estudo conduzido por pesquisadores britânicos.

Uma equipe da Universidade de Manchester analisou dados de 1,38 milhão de nascimentos na Dinamarca entre 1973 e 1995.
Eles observaram que o risco de esquizAdicionar imagemofrenia e outros problemas mentais relacionados foi 67% maior entre bebês cujas mães haviam perdido um parente durante os três primeiros meses de gestação.
As descobertas confirmam a teoria de que o estado psicológico da mãe pode ter uma grande influência no desenvolvimento do feto.

Perda de peso

Os especialistas acreditam que substâncias químicas liberadas pelo cérebro da mãe em resposta a momentos de estresse têm um impacto direto na formação do cérebro do bebê.
Eles ressaltam que os efeitos podem ser ainda mais maléficos nos primeiros estádios da gravidez, quando barreiras proctetoras entre a mãe e feto ainda não estão desenvolvidas por completo.
Outros trabalhos também já haviam apontado que anormalidades na estrutura cerebral do feto associadas à esquizofrenia podem ser originadas dentro do útero.
“Nós estamos constatando cada vez mais que o ambiente ao qual o feto é exposto dentro do útero pode determinar sua saúde na vida adulta”, afirmou Philip Baker, coordenador da pesquisa.
Os pesquisadores acrescentaram que o risco de esquizofrenia também pode ser influenciado por fatores genéticos.
Estudos realizados anteriormente sugeriram que o stresse durante a gestação também pode provocar perda de peso do feto e partos prematuros.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Tratamento precoce da visão e audição beneficia doentes com esquizofrenia


Identificar problemas visuais e auditivos em adolescentes que estão nas fases iniciais da esquizofrenia pode ajudar na recuperação completa dos sentidos e diminuir o impacto desta doença tão devastadora.
Segundo um estudo apresentado na reunião anual do American College of Neuropsychopharmacology, realizada recentemente em Hollywood, EUA, os problemas relacionados com o processamento sensorial podem causar muitos dos deficits cognitivos mais complicadas em pessoas com esquizofrenia.
"Em pessoas com esquizofrenia, sabemos que os sistemas visual e auditivo - que funcionaram bem no início da infância - começam a deteriorar-se durante a adolescência, anos antes do aparecimento dos sintomas cognitivos mais complexos da esquizofrenia", explicou o líder da investigação, Daniel C. Javitt, da New York University School of Medicine, numa nota enviada à imprensa.
Apesar de já se conhecer muita informação científica e clínica sobre a doença, este estudo traz novos dados, ao centrar-se na identificação de biomarcadores específicos que causam prejuízo cognitivo, distinguindo a esquizofrenia de outras doenças mentais.
No estudo ficou clara a existência de uma ligação entre a doença e a insuficiência dos sistemas visuais e auditivos que torna mais difícil para as pessoas com esquizofrenia ler, prestar atenção e compreender estímulos sociais.
Ao serem identificados os biomarcadores, os médicos poderão ajudar a determinar que pacientes beneficiariam de uma intervenção precoce.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Bullying pode desencadear problemas mentais na adolescência


Um estudo da universidade de Warwick, Inglaterra, revela que crianças vítimas de bullying aos 8 ou 10 anos estão duas vezes mais propesas a desenvolver sintomas psicóticos na adolescência. O risco é maior nos casos de bullying crónico ou grave.
O estudo publicado neste mês na revista Archives of General Psychiatry acompanhou mais de 6400 crianças, dos 7 aos 13 anos de idade. Bullying, termo que não tem tradução em português, caracteriza-se por atitudes negativas praticadas por estudantes a uma criança, como humilhações, hostilidades, ofensas à imagem e à honra, praticadas geralmente no ambiente escolar, mas podendo acontecer em outros espaços e na internet.Os resultados mostraram que 46% das criancas sofreram de bullying entre 8 e 10 anos de idade,destes 5,6% tinham um ou mais sintomas psicóticos aos 13 anos.Os pesquisadores alertam para o facto de que bullying crônico ou grave alteram a forma como o cérebro processa e responde ao stress,podendo desencadear transtornos mentais,entre eles a esquizofrenia,em crianças geneticamente predispostas.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Familiares de doentes com esquizofrenia são um importante factor anti-estigma


Estudo do Grupo de Investigação em Reabilitação Psiquiátrica do Serviço de Psiquiatria do Hospital de São João revela que os familiares de doentes com esquizofrenia contribuem pouco para o estigma social face à doença, no entanto consideram que os vizinhos poderão correr riscos.
“A relação da pessoa doente com os outros é o que mais preocupa os familiares dos doentes com esquizofrenia. Sentem-se seguros na sua relação directa com a pessoa doente, mas a vizinhança poderá correr mais riscos”, explica a coordenadora do estudo, Sara de Sousa.
Sara de Sousa conclui que “apesar dos familiares manifestarem atitudes positivas e pouco estigmatizantes para com os doentes, apresentam alguns indícios de estigma encoberto, no que diz respeito às relações da pessoa doente com os outros, que não familiares”.
“O estigma pode contribuir para a não adesão ao processo de tratamento e diminuir o potencial de recuperação do doente, podendo levar à recaída, com um forte impacto negativo na relação dos doentes consigo próprios, com a sua família e comunidade. Segundo as últimas directrizes (2009) da Associação Britânica de Psiquiatria, a Psicoeducação Familiar é uma das intervenções mais eficazes no processo de tratamento da Esquizofrenia, sendo um caminho a seguir nos nossos serviços”, alerta a terapeuta ocupacional.
No geral, os resultados do inquérito aos familiares sugerem que:• Não atribuem às pessoas com esquizofrenia a responsabilidade de estarem doentes;• Mostram preocupação e grande disponibilidade para ajudar;• Valorizam a toma da medicação e a assiduidade ao tratamento;• Não evitam dos doentes; não sentem medo e não os consideram perigosos;• O sentimento de pena está muito presente.
O estudo “Estigma nos familiares de pessoas com doença mental grave” foi levado a cabo junto de 40 familiares dos doentes da Unidade de Psiquiatria Comunitária e dos Hospitais de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital de S. João.





Fontes:


http://www.jornaldelousada.com/index.php?option=com_content&task=view&id=475&Itemid=118

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Identificada zona responsável pelas alucinações auditivas em esquizofrenicos


Uma equipa de cientistas franceses identificou uma anomalia na região cerebral que conduz a alucinações auditivas, sintoma típico de esquizofrenia.
De acordo com os cientistas, existem dois tipos de alucinações auditivas na esquizofrenia: uma em que os pacientes ouvem vozes interiores (dentro da cabeça) e uma outra em que a alucinação auditiva vem do exterior.
Os cientistas do instituto francês CEA- Inserm, em conjunto com psiquiatras, avaliaram, através de imagens de ressonância magnética, a anatomia cerebral de 27 pacientes com esquizofrenia (12 deles ouviam apenas vozes exteriores e 15 ouviam apenas vozes interiores) e compararam os dados com os de um grupo de pessoas que nao sofriam da doença.
Em comparação com os voluntários sem a doença, nos cerebros dos doentes com esquizofrenia foi identificada uma irregularidade na região envolvida na localização espácio-auditiva (cortéx temporo-parietal do hemisfério direito do cérebro). Essa anomalia ocorre durante o terceiro trimestre da gravidez nos pacientes com a doença, a união entre os dois sulcos corticais está, naqueles que ouvem vozes exteriores, deslocada para a parte da frente do cérebroe, nos que ouvem vozes interiores, ela está situada na parte de trás do cérebro. Deste modo, e segundo os cientistas, esta é mais uma prova de que a esquizofrenia é uma doença provocada por uma diferença anatómica do cérebro.
Fonte:

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Consumo de cannabis aumenta risco de esquizofrenia


Um artigo científico publicado no British Journal of Psychiatry revela que o consumo de cannabis de alta potência e numa frequência diária aumenta até seis vezes o risco de doença psicótica, como a esquizofrenia.


Tiago Reis Marques, médico psiquiatra dos Hospitais da Universidade de Coimbra, e co-autor deste estudo, refere que a cannabis «não é uma causa em si», mas que é um factor de risco e um precipitante de doenças mentais graves.


«O uso diário de uma cannabis mais potente aumenta até seis vezes o risco de uma doença psicótica, como esquizofrenia ou outras semelhantes», explicou o médico actualmente a fazer doutoramento em Londres.


O pesquisador português de 33 anos explica que, actualmente «a cannabis geneticamente modificada, a preferida pelos consumidores comuns», originária da Holanda e de outros países, «tem de 12 por cento a 18 por cento de THC, substância que provoca os sintomas comuns, como euforia, desinibição, quando antes continha apenas 2 a 4 por cento».


As «óbvias implicações para a sociedade», refere o médico, incluem olhar para a cannabis «não como uma droga somente leve, mas como uma droga que potencia e aumenta o risco de doença mental grave».


O passo seguinte da equipa que Tiago Reis Marques integra será continuar a perceber como é que a cannabis actua no cérebro para que surjam sintomas psicóticos (delírios, paranóia, alucinações, sintomas de perseguição) e como é que a droga se combina com factores genéticos, por exemplo.


Fontes:

domingo, 6 de dezembro de 2009

Como é que o cérebro de um esquizofrénico desenvolve a quarta dimensão?



A esquizofrenia adopta vários sintomas: vozes atormentantes que provém de janelas ou paredes e ilusões em que os doentes perdem a sensação de controlo dos seus próprios corpos e pensamentos. Porém, poderão ser todos esses problemas causados por um "relógio interno defeituoso"?A esquizofrenia parece afectar a percepção do tempo. Se se mostrar a um indivíduo esquizofrénico um flash luminoso e um som, separados por um intervalo de tempo de um décimo de segundo, o indivíduo tem certamente dificuldades em perceber qual foi mostrado primeiro. Alguns esquizofrénicos prezam também o passar do tempo de forma menos precisa do que as pessoas saudáveis. Estudos indicam que ao desregular os "relógios internos" de pessoas saudáveis, conseguem ser criados os sintomas e as ilusões associadas à esquizofrenia.Essa inconsciência relativa ao tempo, pode alterar a percepção em termos de acções para os esquizofrénicos, levando a que estes por vezes não tenham controlo relativamente ao seu próprio corpo.


Fonte:
http://www.newscientist.com/article/mg20427311.300-timewarp-how-your-brain-creates-the-fourth-dimension.html?page=4

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Esquizofrénicos apresentam mutações genéticas únicas



Chicago, 28 Mar (Lusa) - Os esquizofrénicos apresentam um grande número de raras mutações genéticas que interrompem o desenvolvimento cerebral, segundo um estudo hoje publicado na revista Science.
As pessoas que padecem desta grave doença mental têm três a quatro vezes mais anomalias genéticas raras do que as pessoas sãs, e estas mutações afectam os genes que regulam o funcionamento do cérebro.
Estas anomalias podem consistir na supressão ou na duplicação de cadeias de ADN e diferem segundo os doentes, sendo que as marcas genéticas da doença são diferentes entre si e únicas para cada doente.
“Supomos que a maior parte das pessoas que sofrem de esquizofrenia têm a doença por uma razão genética diferente”, afirma Mary-Claire King, professora das Ciências do Genoma, na Universidade do Estado de Washington, em Seatle, que colaborou neste estudo.
A esquizofrenia é uma doença mental crónica que afecta um por cento da população.
Os doentes sofrem de alucinações, ilusões, sentimentos de perseguição e pensamentos desorganizados, podendo alguns destes sintomas ser tratados com neurolépticos mas não podendo ser curados.
Os estudos precedentes estabeleciam que a origem da doença estava ligada a um conjunto de mutações genéticas correntes.
No entanto, este novo estudo vem sugerir que a assinatura genética da esquizofrenia, tal como a do autismo, é mais complexa do que se pensava até agora e implica uma dezena, ou até mesmo uma centena, de genes, cujo funcionamento foi interrompido por duplicações ou supressões no ADN.



terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Parasita provoca esquizofrenia


É possível "adquirir" esquizofrenia através do contacto com um parasita, Toxoplasma Gondii, que se desenvolve nas fezes dos gatos e, através do contacto com os dejectos deste animal ou através de comida crua pode ser transmitido para o ser humano. Este parasita pode alojar-se no cérebro, formando quistos que, como consequência leva a um aumento da molécula dopamina, de forma a conseguir controlar o sistema nervoso do hospedeiro. Os níveis muito elevados de dopamina levam ao desenvolvimento de esquizofrenia e de um comportamento mais delicado por parte dos indivíduos. Eventuais medicamentos estão em desenvolvimento.

Fontes:

http://www.newscientist.com/article/mg20427301.600-3-schizophrenia.html